Quando se encontrou no crepitar de intensas disputas, feitas de ódio, rebeldia, vingança, autoafirmação e nenhum escrúpulo, Wilde não conseguiu o distanciamento emocional necessário para que evitasse entrar em dasabalada carreira rumo à derrocada pessoal e artística.
Entretanto, o mais das vezes, na qualidade de dândi, de flaneur, requisitado frequentador dos salões precisamente pela sua prosa inteligente e irônica, Wilde demonstrava sempre conhecer o sentido do jogo em disputa no interior da sociedade à qual pertencia. Não apenas nas alegres prosas nos salões, mas igualmente através dos ricos diálogos que elaborava para personagens igualmente densos:
E então,se sua condutafoi absolutamenteirreprochável e,na realidade,se portou a gentemuito mal com ele,pode permitir-se que confesseque a culpa foi sua por completoe, uma vez confessado isto,será dever de uma mulher perdoar-lhe,e tudo isto poderá começar outra vezdesde o princípio, com variações.Oscar Wilde*
*Uma
Mulher Sem Importância. Trad. Oscar Mendes. Obra Completa. Nova Aguilar
Editora, RJ, 1995.
Nenhum comentário:
Postar um comentário